Neste mundo de incertezas descubro-me pensando em coisas que podem parecer sem sentido e, talvez, tenha que concordar que realmente as sejam, mas como impedir que tais pensamentos executem seu curso e busquem trazer o conforto que já não mais encontro?
Tal resposta não pode-me ser dada assim, sem antes me levarem por outros caminhos, caminhos que mostram mais perguntas sem respostas, perguntas que ainda nem forjaram esboços entre as conjecturas, onde as meias verdades ainda se passam por inteiras...
À dias algo vem martelando a minha mente e assombrando meu juízo, se é que ainda tenho algum, ou pelo menos, do que seja considerado normativo com relação a conceituação de juízo... E creio que buscar conceituação de juízo agora não seja uma boa opção.
Hoje falo das sombras que à tempos soçobravam em silêncio, mas que impiedosamente se inquietaram, e com ares inquisidores me colocaram contra a parede, exigindo-me coragem, coragem para que eu tente, ao menos tente, encontrar respostas ao que me aflige.
E antes de encontrar as respostas, me deparo com a primeira pergunta, que é com certeza, a que mais me assombra: O QUE SOMOS REALMENTE?
Mas antes de hipotetizar qualquer resposta, sou impelido, ou melhor, sou atropelado por outra: O QUÃO DISTANTES ESTAMOS DAQUILO QUE GOSTARÍAMOS DE SER?
Esta torrente imperiosa de questionamentos se sucedem, sem possibilidades para qualquer tipo de resposta. A próxima, com certeza, surgiu das dúvidas anteriores; QUANDO DEIXAMOS DE SER VERDADEIROS COM NÓS MESMOS?
Estranho que faço estas perguntas usando uma pluralidade, só que em nenhum momento pretendi usar de pluralidade em minhas conjecturas. Não obstante, acredito que talvez inconscientemente quisesse encontrar conforto dentro da própria pluralidade.
Mas deste momento em diante me forço a perguntar em primeira pessoa, QUANDO FOI REALMENTE QUE FIZ ALGO QUE PODERIA SER CHAMADO DE CRÚ?
Crú no sentido de essência, daquilo que seria só meu, da minha pura e exata essência.
Como prometido, a esta responderei e me aterei, dentro do possível, a minha singularidade, ou melhor, a partir daqui relato minha confissão.
Passo noventa e nove por cento do tempo vivendo a vida em comunhão com regras e significados, que muitas vezes poderiam ser jogados no lixo, que por certo, não trariam muitos prejuízos a sociedade. Mas por meio desta, confesso minha culpa por comungar muitos deles.
Em alguns momentos penso que sou louco, louco por pensar estas coisas. Mas outras vezes, acredito que é justamente por eles, que torno-me lúcido com relação ao que sou. E devo depositar neste um por cento de incongruência, todas as minhas esperanças. Pena que sejam momentos tão raros...
Daí talvez advenha todas as minhas angústias, aliás, não todas, mas com certeza muitas delas. Como a de ter que viver uma vida que em muitas vezes não faz sentido.
Não digo falta de sentido numa visão ou numa fala carregada e desesperançosa, como de alguém que espera sentado à soleira de sua casa, com olhos ressequidos por algo ou por alguém. Mas emprego sentido no âmbito de compreensão daquilo que somos ou de que ao menos poderíamos ser.
E com pesar, fujo de minha singularidade prometida para admitir, o estranho incômodo que me assola, o da certeza, ou da quase certeza, de que todos a minha volta vivem desta maneira. E o pior, é ter que aceitar que estes questionamentos feitos nestas poucas linhas, passam longe dos pensamentos da maioria das pessoas.
Por isso confesso, sinto-me como um louco nos momentos em que me considero mais lúcido. E sinto-me culpado por fugir da minha loucura ao interpretar aos olhos do outro a minha normalidade e esconder minha lucidez.
Talvez a única resposta que posso chegar, é que somente como loucos poderemos ser verdadeiros, e só assim, retornarmos a essência daquilo que outrora deveríamos ter sido.
Rafael Leal
Tal resposta não pode-me ser dada assim, sem antes me levarem por outros caminhos, caminhos que mostram mais perguntas sem respostas, perguntas que ainda nem forjaram esboços entre as conjecturas, onde as meias verdades ainda se passam por inteiras...
À dias algo vem martelando a minha mente e assombrando meu juízo, se é que ainda tenho algum, ou pelo menos, do que seja considerado normativo com relação a conceituação de juízo... E creio que buscar conceituação de juízo agora não seja uma boa opção.
Hoje falo das sombras que à tempos soçobravam em silêncio, mas que impiedosamente se inquietaram, e com ares inquisidores me colocaram contra a parede, exigindo-me coragem, coragem para que eu tente, ao menos tente, encontrar respostas ao que me aflige.
E antes de encontrar as respostas, me deparo com a primeira pergunta, que é com certeza, a que mais me assombra: O QUE SOMOS REALMENTE?
Mas antes de hipotetizar qualquer resposta, sou impelido, ou melhor, sou atropelado por outra: O QUÃO DISTANTES ESTAMOS DAQUILO QUE GOSTARÍAMOS DE SER?
Esta torrente imperiosa de questionamentos se sucedem, sem possibilidades para qualquer tipo de resposta. A próxima, com certeza, surgiu das dúvidas anteriores; QUANDO DEIXAMOS DE SER VERDADEIROS COM NÓS MESMOS?
Estranho que faço estas perguntas usando uma pluralidade, só que em nenhum momento pretendi usar de pluralidade em minhas conjecturas. Não obstante, acredito que talvez inconscientemente quisesse encontrar conforto dentro da própria pluralidade.
Mas deste momento em diante me forço a perguntar em primeira pessoa, QUANDO FOI REALMENTE QUE FIZ ALGO QUE PODERIA SER CHAMADO DE CRÚ?
Crú no sentido de essência, daquilo que seria só meu, da minha pura e exata essência.
Como prometido, a esta responderei e me aterei, dentro do possível, a minha singularidade, ou melhor, a partir daqui relato minha confissão.
Passo noventa e nove por cento do tempo vivendo a vida em comunhão com regras e significados, que muitas vezes poderiam ser jogados no lixo, que por certo, não trariam muitos prejuízos a sociedade. Mas por meio desta, confesso minha culpa por comungar muitos deles.
Em alguns momentos penso que sou louco, louco por pensar estas coisas. Mas outras vezes, acredito que é justamente por eles, que torno-me lúcido com relação ao que sou. E devo depositar neste um por cento de incongruência, todas as minhas esperanças. Pena que sejam momentos tão raros...
Daí talvez advenha todas as minhas angústias, aliás, não todas, mas com certeza muitas delas. Como a de ter que viver uma vida que em muitas vezes não faz sentido.
Não digo falta de sentido numa visão ou numa fala carregada e desesperançosa, como de alguém que espera sentado à soleira de sua casa, com olhos ressequidos por algo ou por alguém. Mas emprego sentido no âmbito de compreensão daquilo que somos ou de que ao menos poderíamos ser.
E com pesar, fujo de minha singularidade prometida para admitir, o estranho incômodo que me assola, o da certeza, ou da quase certeza, de que todos a minha volta vivem desta maneira. E o pior, é ter que aceitar que estes questionamentos feitos nestas poucas linhas, passam longe dos pensamentos da maioria das pessoas.
Por isso confesso, sinto-me como um louco nos momentos em que me considero mais lúcido. E sinto-me culpado por fugir da minha loucura ao interpretar aos olhos do outro a minha normalidade e esconder minha lucidez.
Talvez a única resposta que posso chegar, é que somente como loucos poderemos ser verdadeiros, e só assim, retornarmos a essência daquilo que outrora deveríamos ter sido.
Rafael Leal
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