Quando o CORTE é necessário


Hoje o coração chorou, mas lágrimas ainda não escorreram. O seu momento está quase chegando. Falo de um corte que estou ''sofrendo'' em um estágio. Depois de um ano e sete meses atendendo crianças com diversas patologias, o fim chegou. É como se eu perdesse um grande amor, mas esse grande amor que hoje perco, gerou em mim o amor que hoje sinto pelas letras Freudianas. Sou grato, muito grato mesmo a você estágio ''meu''.
Mas o corte é necessário, foi ele que lá atrás, quando eu ainda era uma pequena criança que possibilitou a minha entrada na neurose. Sem o corte eu certamente não teria o ''privilégio'' do sofrimento.
Não sei o que precisa ser cortado na sua vida, mas as vezes temos a opção de sofrer o corte e de não sofrer o corte. Mas quando ''sofremos'' o corte, ele não implica só em sofrimento, ele implica também em MOVIMENTO. É o corte que possibilita a busca por outras coisas, o desejo inconsciente não cessa dentro de nós. Mas como dar outros passos, como desejar outros objetos na vida se muita das vezes preferimos permanecer na posição que estamos? Realmente essa posição muita das vezes é bem mais cômoda, é bem mais confortável de se estar. Não espere que o outro venha te dar o corte, deixe-se sofrer o corte e desejar livremente coisas novas. E lembre-se sempre SÓ EXISTE DESEJO ONDE EXISTE A FALTA.


Quando a um rompimento, quando acontece um corte um furo fica marcado para o sujeito e é nesse momento que as maiores possibilidades passam a estar disponíveis ao sujeito do inconsciente.




Guilherme Manhães

Grupo de estudo de Psicanálise


Hoje foi realizado o segundo encontro do grupo de estudo dos casos clinicos escritos por Freud. Estamos nos aventurando no caso Dora, posso falar que tem sido uma experiência maravilhosa. Tem sido um tempo de grande deleite sobre a obra Freudiana, tempo de deleite que fica explicito ao iniciarmos a leitura as 19 horas e pararmos somente as 22. Mesmo assim com uma curiosidade imensa do que estar por vir no próximo encontro.

O amor e o ódio estiveram muito presente neste encontro, e mais uma vez reconhecemos o quanto Freud foi um gênio.


Guilherme Manhães

O Bonzinho




Percebo que sempre me relaciono com o mesmo tipo de mulher. Embora eu não seja um cara rico, atraio mulheres que eu poderia chamar de interesseiras ou aproveitadoras. Sinto que isso acontece porque sou o tipo do cara “bonzinho”, que dá atenção, faz gentilezas. Corro atrás, ligo, mas sem excessos. Como posso mudar este perfil? Hoje em dia, não é aconselhável ser assim. Devo ser um cara meio insensível, que não dá bola, espera as mulheres correrem atrás?
Interesseira significa movida pelo interesse e não pelo amor, que implica gratuidade. Lacan diz mesmo que, no amor, a gente dá aquilo que não tem. Em que posição você fica para atrair mulheres interesseiras? Esta é a primeira pergunta que precisa ser feita. E a resposta está no seu e-mail. Você se apresenta como um cara que dá o que tem e não como quem entrega o que falta. Oferece bondade, atenção, gentileza, que são os atributos de quem ama, mas não são a expressão do amor paixão. O amante entra em cena com o “sem você eu não existo”, mostrando a carência.
Possível que você não suporte se mostrar assim. Digo isso porque você imagina resolver o problema apresentando-se como “quem não dá bola”, espera “as mulheres correrem atrás”. A solução imaginada por você revela o desejo de ser cortejado. Nada de errado nisso, mas para que o seu desejo possa se realizar é preciso encontrar a parceira que queira estar na posição do trovador. Pode não ser fácil.
Sendo homem, você deseja a posição da dama, a que ficava no pedestal. Isso certamente tem a ver com a sua infância, a relação entre os seus pais, e a da sua mãe com você. Seria bom rememorar para saber mais sobre o seu desejo e se tornar mais flexível. A vantagem do conhecimento de si é a maleabilidade, sem a qual a vida não pode ser boa.
Quem se enrijece numa posição, quem não tem ginga, sofre. A gente precisa aprender a dançar com a música e este aprendizado não tem fim porque a vida surpreende. Requer a nossa transfiguração, a mudança de perfil. Neste sentido, ela é como o teatro e nós como os atores que encarnam diferentes personagens.
Por Betty Milan

Como uma brisa suave


Certa vez ouvi uma frase de uma psicanalista assim '' a psicanálise não está para todos''.
Não sabia que ela tinha razão, mas estou descobrindo a cada dia que passa como essa frase é uma verdade ABSOLUTA. Ela está para você? Não sei, sinceramente não sei, mas sei que ela está para mim. Não como uma flecha que chega rápida e de repente, mas como uma brisa suave que vem de longe e toca o rosto que ela me encontrou.
Foi sem perceber que esse encontrou ocorreu, assim como o inconsciente faz com a gente, sem perceber quando menos o esperamos aparece, ou melhor, ele se expressa, porque presente ele sempre está, já dizia Lacan '' o inconsciente está estruturado como uma linguagem'', e a linguagem está ai para todos, até para o mudo. Eu lembro bem de quando falei pela primeira vez depois de ler alguns textos e terminar um atendimento, a um grande amigo (Rafael Leal) que me orientou nos primeiros passos ao meu amor-meu ódio '' cara, a psicanálise é demais, ela acontece mesmo''.
Meus primeiros encontros foram assim, vendo o inconsciente se manifestando pela via da fantasia nas crianças e ouvindo e vendo a minha primeira supervisora, ela que só era um sujeito suposto saber quando estava em seu consultório atendendo aos seus pacientes, por que fora dele esse sujeito chamada Simone Tavares que deixou muita saudade, não tinha nada de suposto, ela era simplesmente o sujeito que tinha o saber. Suas reflexões e seus apontamentos vinham incorporados na brisa suave que me atingia e aumentava o meu desejo de conhecer aquele que seria o meu amor-meu ódio: Psicanálise.
Lembro bem de quando uma amiga (Natalia Marçal) em uma supervisão falou de uma intervenção feita em um atendimento com a mãe de um paciente que os meus olhos se encheram de águas, não entendi porque fiquei daquele jeito, só sei dizer que era mais um objeto que veio através da brisa me encontrar.
Eu não poderia deixar de dizer de uma pessoa que tem colaborado de forma grande com minha formação e ultimamente suas idéias têm carregado a brisa que me encontra, trata-se de Renata ''A Super'', nem ela sabe que é conhecida assim por algumas pessoas, mas ela é SUPER mesmo. SUPER em orientar, SUPER em questionar e SUPER em saber.

Só sei que tem sido surpreendente te conhecer cada dia mais um pouquinho, meu amor-meu ódio: Psicanálise.

Guilherme Manhães

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